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terça-feira, 6 de março de 2012

Semana da Mulher - Mulheres conquistam espaço no mercado de Helicópteros.

Um voo turístico de helicóptero pelo Morro da Urca, no Rio, com o filho mais velho mudou a vida de Irene Tobler de Oliveira, que era dona de casa, mãe de dois filhos e com muita vontade de voltar a estudar para aprender uma profissão. Há 14 anos, a moradora de São Gonçalo teve o primeiro contato com a aviação e, depois disso, resolveu que essa área seria o seu futuro. O caminho para a autonomia profissional foi cercado por problemas, mas nenhum deles fez com que ela desistisse do seu sonho, alimentado desde a infância quando ajudava o pai mecânico a mexer em motores. O esforço valeu a pena. Hoje, Irene é piloto de helicóptero e trabalha em voos para plataformas da Petrobras.
Um ano depois do voo de helicóptero, Irene conseguiu o contato do Aeroclube de Jacarepaguá. Assim, ela foi informada dos passos que deveria seguir: fazer o teste do Centro de Medicina Aeroespacial (Cemal) e depois procurar o curso da Escola de Aperfeiçoamento e Preparação da Aeronáutica Civil (Eapac). “Tive muita dificuldade no começo, pois estava sem estudar há 15 anos. Tinha que acordar 3h todo dia para revisar a matéria e ir preparada para a aula. Algumas das matérias, eu nunca tinha visto na vida. É um curso muito difícil e poucas pessoas conseguem se formar”, lembrou Irene, que precisou enfrentar preconceitos. “Sem dúvidas é uma área que possui mais homens. No curso, eu era a única mulher numa turma de mais de 20 pessoas. Mas mostrei que estava ali para estudar e fui conquistando o respeito de todos”.
Apesar do sucesso na primeira etapa, a especialização só foi concretizada nove anos mais tarde. Irene enfrentou problemas com a separação conjugal e teve que diminuir o ritmo dos estudos. “Meu ritmo de vida mudou completamente. Tive que trabalhar em outras áreas para sustentar meus dois filhos. Cheguei a dirigir caminhão de gás para conseguir o sustento deles. Todo dia de manhã, carregava o caminhão de botijões e rodava vários bairros. Hoje, quando escuto as pessoas falando que uma mulher ser piloto de avião é difícil, digo que é muito mais complicado trabalhar carregando gás”, contou Irene.
Depois da especialização, em 2004, Irene ficou sabendo de vagas para trabalhar como piloto para uma empresa de táxi aéreo. No teste, ainda teve que vencer outra barreira: a idade, já que tinha mais de 40 anos. “No teste, um comandante disse que, com a minha idade, era muito difícil começar na profissão, que necessitava da ‘impulsividade’ dos jovens. Eu sabia a teoria, mas não a prática”.
Aprovada, ela ficou dois anos trabalhando no Nordeste antes de voltar para o Rio. Atualmente, Irene trabalha na Sênior Táxi Aéreo, que presta serviço na Bacia de Campos e no Rio de Janeiro. De 15 em 15 dias, ela fica em Macaé ou na Praia de Farol de São Tomé, em Campos dos Goytacazes.
A história de superação de Irene Tobler é apenas uma de tantas que ganham força na semana na qual celebra-se o Dia Internacional da Mulher (8 de março), data mais do que justa para quem, hoje, precisa dividir-se entre o mercado de trabalho e a família, além de ter que superar preconceitos e desrespeitos sociais.
Eventos – A autonomia será um dos temas abordados na comemoração da data em São Gonçalo, no próximo dia 8, e também da 6 ª Caminhada São Gonçalo de Mãos Dadas pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, dia 22. De acordo com a subsecretária de Políticas para Mulheres, Marisa Chaves, esse conceito de autonomia tem que ser aceito pelas mulheres.
“Tem que ser uma mudança de dentro para fora, pois da lei para a prática há uma grande distância. A mulher submissa, que é obrigada a abrir mão das suas vontades, é tão imposta que acaba sendo levada à frente sem questionamento. Essa campanha é para tratar da igualdade. Por que uma mulher tem que abrir mão de estudar para ser mãe ou casar? A mulher pode, sim, conciliar essas coisas”, contou Marisa Chaves, que fundou o Movimento de Mulheres Gonçalenses na década de 1980.
No dia 8, a Secretaria de Integração e Políticas para Mulheres e a Subsecretaria de Política para Mulheres fará a distribuição de panfletos de informações em alguns pontos da cidade, como no Calçadão de Alcântara. No dia 22, a 6 ª Caminhada São Gonçalo de Mãos Dadas pelo Fim da Violência Contra as Mulheres terá o tema ‘Pela autonomia e igualdade para as mulheres’, no Centro.
Conquistas – Atualmente, São Gonçalo conta com duas unidades do Centro Especial de Orientação à Mulher (Ceom) para receber as mulheres que sofrem agressões. A primeira delas, Zuzu Angel, inaugurada há mais de 10 anos, funciona na Rua Camilo Fernandes, s/nº, em Neves. Inaugurada no ano passado, a unidade Patrícia Acioli está situada na Avenida Albino Imparato, lote 16, quadra 55, ao lado do DPO do Jardim Catarina.
De acordo com a Secretária de Integração e Políticas para Mulheres de São Gonçalo, Regina Célia Leal, a criação da pasta foi um grande avanço para a defesa das mulheres. “A criação de uma secretaria específica para tratar do assunto foi um avanço”, disse a secretária. Esse ano, ainda será inaugurada a Casa Abrigo da Mulher, para onde as mulheres que sofrem ameaças são levadas. A área é uma parceria dos governos municipal, estadual e federal.

Fonte: http://www.osaogoncalo.com.br

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